domingo, 14 de junho de 2009

Quem sabe um dia

10:30 da manhã e em um banco, com uma almofada velha que só serve para dar certo conforto inexistente, estou sentada.
Entram pés enfaixados, lágrimas nas maçãs do rosto e tranças.
Chame meu nome moça, não posso demorar!
Neste momento, uma atendente discute com um senhor de idade. De idade!
Senhor, já falei que essa letra não é minha! Nada posso fazer para ajudá-lo (em alto tom).
Uma pressão sobe à minha cabeça. Não suporto má educação.
Que não atenda, apenas o ignore como os outrem da sala foram. Melhor do que maltratar. Quem descuida de velhinho deveria ser preso. E com razão.
Olho para um lado e chego à conclusão que de nada adianta reclamar.
Este é o jeito púbico de se tratar as pessoas. Estranho, penso.
Meu nome é chamado. Dois doutores por sala, quatro pessoas.
Privacidade não há.
O que tenho eu? Nada, quero apenas um exame. Sente dor? Não.
Pronto, taí o pedido. E quanto a você que invadiu a sala, se não quer tomar o remédio, problema é seu. Se quiser me processar, quero ver ter moral porra!
Susto.
É a vida neste país chamado Brasil, com seus hospitais públicos cada dia mais precários de atenção e, principalmente, de esperança.



Um comentário:

  1. Brasil, mostra a sua cara!
    Não me convidaram pra essa festa pobre que tá acontecendo desde antes de eu nascer.
    O serviço público me irrita, enfurece, tira-me do sério, sério.

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