domingo, 31 de maio de 2009

Hiato

Chego a casa com uma idéia fixa na cabeça: encontrá-los.
Passei a semana inteira pensando: quando estiver em Volta Redonda, os verei, eles invadirão a minha mente e lá estará ele, pronto. Sem muito esforço.
Pois bem, cheguei, não os vi e cá estou, pensando com meus botões:
- O que faço sem vocês, desaparecidas frases de um texto que ainda não fora escrito?
Sinto sua falta, Inspiração.


Creio eu que lá estará :
http://isadevirgulas.blogspot.com/
ou não?


sábado, 23 de maio de 2009

Atta bisphaerica

Sua vida sempre fora assim.
Acordar cedo para buscar alimento. Todo dia.
Nada de novo, sempre a mesma rotina. Não podia se relacionar com outros, muito menos com ela. A mais cobiçada da casa que desfilava dando ordens e escolhendo seus maridos.
Cada passo que ela dava, ele suspirava. Às vezes até atrapalhava a fila, parando para observá-la.
Este sentimento o consumia, pois jamais poderia relacionar-se com ela, afinal a "grandiosa" era a rainha e ele, um simples operário.
Sua função era apenas servi-la. Buscar comida e corteja-la, fazendo o máximo possível para se destacar dentre as demais. Esforço em vão. Era visto como um mero trabalhador.
Os anos passaram, o operário envelheceu e partiu para um formigueiro melhor, onde não existiam preconceitos, tornando assim o amor entre a rainha e o plebeu livre.


Velho reclamão

Amidalite. Antibiótico. Infecção urinária. Antibiótico. Sinusite. Antibiótico. Faringite. Antibiótico. Impetigo. Antibiótico. Coqueluche. Antibiótico. Conjutivite. Antibiótico.
Bactérias, bactérias, bactérias.
Dor no ombro. Dorflex. Dor na coxa. Dorflex. Dor no pescoço. Dorflex. Dor de siso. Dorflex. Dor nas costas. Dorflex. Dor de cabeça. Dorflex.
Hipocondria? Não. Existe apenas a vontade de eliminar esses incômodos.
Caso não haja outro modo, o que fazer?
Tomar remédio!




sábado, 16 de maio de 2009

Os fantásticos poderes de Filó, Karol e Isa

Imagino como é a vida da Luly e de outras milhares de pessoas deste país que moram sozinhas. Literalmente sozinhas.
Deve sempre haver um vazio.
O rádio jamais deve ficar desligado. A TV então, nem se fala.
Vozes tem que completar uma casa em que o silêncio é o macho alfa.
Textos tornam-se conversas que poderiam acontecer entre pessoas. Às vezes nem isso há.
Para a minha felicidade, eu tenho minhas flores.
A mais calada de todas chama-se Filó. Essa só gosta de pegar um bronze no sol (quando as outras habitantes da casa lembram de deixa-la lá).
A mais menininha de todas chama-se Cazuza.. opa! Karol. Ela gosta de salsichas e de deitar na minha cama para ver a Maya. Are baba!
A mais revolucionária chama-se Marina. Ou Isabela? Ela faz Direito? Não, não! Ela me disse que faz Zootecnia. Sério? Nem, primeira regra: não acredite nela. Ponto.
Imagine a vida sem este jardim!
Decoração verde ao lado do fogão com o grave risco de pegar fogo, não haveria.
Alguém para falar: "Bibi, me ensina forró?" Ou então: "Bibi, come só uma garfada do macarrão." Não haveria.
Em suma, sem vocês eu nada seria... Minhas heroínas.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Aciluc?

"Minha terra tem palmeiras, onde canta o pica-pau.
Não permita Deus que eu morra sem que eu volte pra Rural"

paraíso.

Carece não nêga!

- Convite marfim com alguns riscadinhos chegou lá em casa nêga!
- Óxenti! Chegou na minha também.
- Será que é o tal do forró arretado que rola lá pelas bandas de Seu Marco?
- Espero que não seja lá, visse!
- Ora, por que não?
- AAARA! Tem aquele tal de Luís, que é um brocoió e vive me aperreando.
- Claro! Não é por mal! Você adora colar no cangote dele!
- Ah... só um chameguinho de leve!
- Mas você não tem jeito mesmo! Merece uma chulipa!
- ENFIM, ele é um frechado, folote e tudo de ruim!
- Cospe no prato que você lambeu!
- Cuspo mesmo. Vou pro xote amanhã e não arredarei o pé sem dar um cheiro no Eleonésio. Eita hômi gostoso!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fim

Como pensamentos e vontades mudam rápido. Como!
Domingo nublado e triste. Segunda ensolarada e contente.
Haveria explicação para este reviravolta no tempo?
Sim. Mudança de ambiente.

Antes era a certeza de sair de um lugar, voltar para o antigo e encontrar.
Marcar de sair, kaiak.
Hoje resta apenas o orgulho. A angústia por não ter solução, o rancor.
Sentimento ruim de se carregar, mas impossível de não aparecer.
O agora se resume em uma incógnita: ?
Nada de depoimentos, nada de perfumes, nada de pulsos.
Apenas o silêncio que predominará.
O silêncio e conchas do mar.

Stop crying your heart out

Entre Trabécula septo-marginal,
suturas e papéis que não foram lidos, está a raiva.
Entre a indignação, a culpa e as letras apagadas, está o momento esquecido.
Não há palavra que explica esse sentimento.
Só quero seguir a vida,
sabendo sulcos paraconais ou não,
esquecendo usted e correndo atrás das borboletas.

sábado, 2 de maio de 2009

Gengiva, afta, siso e garganta

Sabrina abriu os olhos com muito esforço. Que claridade era aquela?
Uma voz conhecida soou pelo quarto. Sabrina? Sabrina! - ela dizia.
Sabrina só sabia sorrir. Olhava para Marina e sorria. Esta, não entendendo o que estava acontecendo, insistia em perguntar se as "coisas" já estavam arrumadas.
A outra ia aos poucos despertando e chegando a conclusão de que nada dormira.
Café da manhã, não tomou. De afta na lingua, reclamou. Sem ninguém para agradar às oito da manhã, se arrumou.
A contadora de casos e a mineradora saíram juntas e foram à rua da (linda) cidade da baixada.
Salão era de graça... Mas, cadê a beleza deste lugar?
Duas horas se passaram. Duas horas! Até que bochechas rosadas e meias a la Barra Mansa surgiram e acalmaram as pobres (cansadas) e novas habitantes da peculiar cidade.
Ele passa já já! - dizia o vovô fofo.
Esperar. Ninguém queria mais.
Um ódio predominava as veias e os pensamentos da ecologia e da vegetariana.
Eis que surge. O maldito.
Marcelo tocando, vozes anunciando o retrato pra Iaiá.
Volta ao local de origem.
Sabrina com suas urucubacas e Marina com um novo amor.