domingo, 21 de junho de 2009

Margaridas

Tic, tac. Tic, tac.
Olha o relógio de pulso. Olha pra frente.
Tic, tac. Tic, tac.
Olha para o senhor dormindo ao lado, para a enfermeira passando com as gases.
Tic, tac. Tic, tac.
Levanta. Anda de um lado para o outro.
Tic, tac. Tic, tac. E? Nada.
"Não aguento mais", pensa o homem.
Corre até a recepção. Eu preciso saber o que está acontecendo! diz. Calma, o médico já vem - responde. Passos no corredor. Esperança e... Não é.
Suor frio, coração acelerado e tortura. Senta. Espera.
Passos. É ele.
Doutor, como ela está? - pergunta
Fizemos tudo que podemos,mas ......................................
Cara de dor e de sofrimento. Lágrimas, soluços e gritos. Ajoelha-se e... Tudo para.
Imagem congelada.
Ela não entende porque anda e os outros não.
Passa pela família aos prantos, tentar falar: Gente, estou aqui! Mas ninguém se move. Ninguém a vê.
Ela olha para o corpo e vê que está com uma roupa de hospital e não mais com seu vestido colorido.
"Por que ninguém fala comigo nem me olha?" pensa a pequena garotinha de cabelos loiros e cacheados.
Consegue com muito esforço de seus 6 anos ler, vagarosamente, uma placa escrito: Capela
Uma luz ela vê no caminho desta sala. Não sabe o que é, mas sente que é o caminho a ser seguido.
Sente uma paz em seu interior, entretanto não quer partir e deixar seus familiares daquele jeito. Não quer ser a causa de uma dor eterna.
Tudo vai dar certo - uma voz amigável diz - Venha comigo.
Ela vai, com suas margaridas amarelas e bochechas gordas.
Sentirei saudade de vocês - diz.
Ninguém a escuta, mas todos recebem esta mensagem... Em seus corações.

Sinto sua falta, Marcellinha... Há 13 anos e pra sempre.





sábado, 20 de junho de 2009

Enfim, felicidade

Aconteceu. Rápido até.
Julieta amou tudo isso.
Poderia sair a hora que quisesse, entretanto cadê a vontade de deixar?
Antes eram apenas sorrisinhos, simpatia e risadas. Hoje há algo dela, só dela.
Aperto no peito, ela não pára de sentir.
Vontade de cuidar.
E ela pode... A hora que quiser.

Hoje

O céu amanheceu colorido.
Múltiplos ventos leves e inspiradores passam pelos ares que caminho.
Meus olhos brilham. Meu peito pula, estremece.

A tarde vêm com seu frio anunciando o inverno.
Ocupo a mente com letras, imagens e animações.
Quando menos espero... aah! A noite!
Olho pra lua e aquela mancha de antigamente vira um coelho.
Já ouvistes falar sobre este fenômeno?
Ocorre algumas vezes em nossas vidas. Na minha aconteceu.
Quando eu menos esperava, da forma que eu menos imaginava.
Plenitude.

Há apenas um apelo:
Seu Coelho, não vá embora tão cedo!






domingo, 14 de junho de 2009

Quem sabe um dia

10:30 da manhã e em um banco, com uma almofada velha que só serve para dar certo conforto inexistente, estou sentada.
Entram pés enfaixados, lágrimas nas maçãs do rosto e tranças.
Chame meu nome moça, não posso demorar!
Neste momento, uma atendente discute com um senhor de idade. De idade!
Senhor, já falei que essa letra não é minha! Nada posso fazer para ajudá-lo (em alto tom).
Uma pressão sobe à minha cabeça. Não suporto má educação.
Que não atenda, apenas o ignore como os outrem da sala foram. Melhor do que maltratar. Quem descuida de velhinho deveria ser preso. E com razão.
Olho para um lado e chego à conclusão que de nada adianta reclamar.
Este é o jeito púbico de se tratar as pessoas. Estranho, penso.
Meu nome é chamado. Dois doutores por sala, quatro pessoas.
Privacidade não há.
O que tenho eu? Nada, quero apenas um exame. Sente dor? Não.
Pronto, taí o pedido. E quanto a você que invadiu a sala, se não quer tomar o remédio, problema é seu. Se quiser me processar, quero ver ter moral porra!
Susto.
É a vida neste país chamado Brasil, com seus hospitais públicos cada dia mais precários de atenção e, principalmente, de esperança.



Nostalgia

Hoje estou com saudade. De tudo.
Já aconteceu com você?
Penso em algo e digo: ai que saudade!
Posso procurar livros, fotos e músicas. Todas me darão este sentimento agudo.
Posso procurar pessoas, casos e pinturas e ela continuará lá: quieta, crescente e confiante.
Ocupo um espaço, esvazio outro e...Saudade!
Do que você tem?

sábado, 13 de junho de 2009

Inutilia truncat


Chegarei em casa aos prantos.
Jogarei copos nas paredes assim como nas novelas.
Abraçarei a primeira almofada na mais completa solidão.
Dormirei. Sonharei com algo colori
do e de bom tom.
Ao abrir os olhos, verei que nada disso vale a pena.
Pra que se preocupar? Pra que ocupar o atrasado tempo de anos com situações mesquinhas e fúteis?
Deixar a criancice de lado, focalizar no vazio, visualiza
ndo o cheio.
Jogarei tudo para o alto.
Ao des
pertar, sairei de casa aos risos.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Desventuras em série

Primeiramente era o medo de dormir que a aflingia. Vai passar do ponto. Vou perder a hora. É perigoso.
Confiança...Com o tempo ela pegou.
Sempre ocorria a expectativa de: Quem estará na poltrona ao lado? E a decepção em ver que era alguém. Um simples alguém. Nada a mais.
Até que um dia, na poltrona 11 estava ela... a Cazuza! Jamais dormiram. Conversaram e uma ouvia atentamente a outra (e o resto dos passageiros também). Vergonha!
Próximo domingo, às 20:25, lá estava ela. Sozinha na poltrona 12. Expectativa e decepção. Monótono.
Chega sexta, perdeu o maldito. Sem problemas, ela adorava aquela cidade com seus cachorros nas ruas movimentadas...E como (!)
Trocou palavras com um desconhecido, mas não estava sozinha...Cazuza breteira a acompanhava. Que destino! Era da mesma cidade que a dela!
Aleluia! Ele chegou. Viajar em pé é bom né? Principalmente quando se possui uma dor que te puxa por dentro. Hum, adorava.
Passa serra, passa Piraí e... Um lugar.
Vozes estranhas e monas próximas. Dizem que vão trabalhar a noite. Quem era ela pra contrariar? Só sabia sorrir.
"Me ajuda a pegar minha mala?" - a estranha voz rouca, máscula no corpo de mulher modificada, pedia. Por que não? (Gargalhar internamente).
Mesmo dia, outra semana.
Desejo de pastel. Vai, não vai. Vai, não vai. Foi. De queijo, carne ou pizza!
"Campo Grande - Barra Mansa saindo!" Olhos esbugalhados. Risada alta.
Poltrona 11 fala minha gente! E diz: "Quem precisa de diversão se tem vocês por perto?"
Fofo... Estranho.

Eita lugarzinho para ocorrer alguns fatos curiosos, Viação Cidade do Aço!



sábado, 6 de junho de 2009

Flor(i)cultura

Vamos abrir um negócio. Sim! Muito lucro nos dará.
Dinheiro? Não nos importa. A riqueza de lá constitui no cheiro do belo misturado a intelectualidade das linhas.
Se muitos gostarão? Não podemos dizer, entretanto, jasmin não faltará!
Eu com as flores, ela com os livros. (Não, ela não faz letras).
Sementes brotando de um lado, estantes lotadas de outro e no canto da salinha colorida, um cafezinho da Dona Nina. Caju com açúcar pra menina!
Ah! Bons fluidos surgirão.
Venham conhecer nossa flor(i)cultura. Endereço?
Rua dos bobos, número zero.

Ladainha

- É isso então?
- O que você queria que eu fizesse? Arrastasse ela pra longe de mim na frente de todos?
- Claro! Quem ela pensa que é?
- Você sabe muito bem que não pode cobrar assim... Afinal, ela é a minha .............!
- ...................................?
- Meu amor, ....................................! Mas ela ............................................
- Então resolva-se! ...............................!
- ........................? .................................................................!
- .....................................? .................................? ..........?
- .............................! Eu te amo, mas não posso! .................................. e você é a que eu tenho um caso mais ............................
- .....................................?
- ................................... amor!
- ...................................! ...................................................! Vá embora!
- Maria!

Tudo igual.