sábado, 10 de novembro de 2012

Poesia

A menina das marés resolve descansar.
Afogar todas as preocupações e os medos. Ela não aguenta mais.
Precisa recorrer às letras, às palavras para não enlouquecer. Fazia de cada verbo um refúgio. 
Quer voltar no tempo, nas épocas de cheiros e chamegos. 
Ela precisa tanto, mas tanto de um afago nos cachos.
De um cheiro no canto da boca.
De um olhar que transmite calma e confiança.
Entretanto ela não pode. Não pode.
Mas ela deseja tanto...
E se? E se?
"O que for pra ser, será"

sábado, 19 de maio de 2012

Teia

Entre Plasmodium e anotações, a aflição!
Não conseguia se concentrar. 
Como poderia?
Via aquilo subindo discretamente, entre os fios cada vez mais próxima do auge.
Vagarosamente ela ia tecendo seus caminhos ao redor daquele novo universo.
Esticava-os na mais completa solidão, visando o topo.
Um som ao fundo e ela lá. Descobrindo seu mundinho e afligindo a coleguinha atrás, a qual se coçava, pulava, fazia de tudo, menos ouvir.
Eis o momento. Olhares se cruzam. Pensamentos talvez. Ela a reconhece.
O novo mundo então não se aguenta e mexe em suas madeixas. 
Sumiste.
Para onde fostes?
A menina procura, contudo logo desiste. 
Acima de tudo, pensa.
O pequeno ser se aconchegou ao longos dos lisos fios de cabelo, fazendo de lá seu novo lar." 
O qual a menina nem sabe o que é.